segunda-feira, 30 de junho de 2008

JOLITAJARA - O PRIMEIRO FILHO DE ITAJARA

Reportagem jornal "O Globo":

JOLITAJARA AO LADO DA MÃE BELLA SOLA



“Ele tem tudo para ser um campeão. É uma rara preciosidade da criação brasileira”. A declaração, a respeito do nascimento do filho de Itajara e Bella Sola, em Bagé, RS, do hipólogo e jornalista Léo Pires Pinto. Diretor-Técnico de Fazenda Mondesir, de Antônio Joaquim Peixoto de Castro Palhares, que é o dono da mãe e do potrinho. Léo Pinto diz, que ao analisar-se um potro recém-nascido, que se desenvolve para corridas e não para exposições de beleza, não pode-se abrir mão de 3 dados: expressividade, em primeiro plano; saúde e perfeição.

- Sem expressividade, não adianta o potro o potro ter saúde e ser perfeito. Ele não se localiza apenas na qualidade de expressivo. É algo muito mais importante. É a energia da expressão da raça, é a manifestação fenótipa, que diz respeito à reação do indivíduo ao meio ambiente e denota o grau de inteligência, força e vivacidade. Geneticamente, é o grau da manifestação de caráter controlado por um gene. A esse conjunto chamamos expressividade. O cavalo sem expressividade pode gozar de boa saúde e não sair da cocheira, pode ser um padrão zootécnico de perfeição e até ganhar concursos de beleza, mas não conseguirá vencer uma corrida.

O POTRINHO GALOPA NO PIQUETE COM DESENVOLTURA


Na opinião de Léo Pinto, a primeira demonstração de força está no nascimento. Quando sai da placenta e depois de cortado o cordão umbilical que o prende a mãe, o mundo é todo do potrinho.

- Vencem os que procuram a vida com mais rapidez. Nesse momento, é que se mede o grau de expressividade. O recém-nascido dolente, que permanece prostrado, sem ânsia de vida, que necessita de ajuda para pôr-se de pé, sem ação coordenadora para achar o peito da mãe, dificilmente será um bom atleta. Aquele que, ao contrário, fica logo de pé e procura o peito da mãe, com o olhar brilhante, cabeça ereta e espevitado, esse sim ganhou o primeiro páreo de sua vida, o mais importante de sua carreira. É o caso típico do primeiro filho de Itajara: expressivo, com aprumos perfeitos e boa saúde.

Léo Pires Pinto adianta ainda que a irlandesa Bella Sola foi escolhida a dedo para ser coberta pelo fenômeno Itajara, cula cobertura foi cedida pelo Haras São José e Expedictus, criador e proprietário do craque:
- Os estudos foram feitos visando a que o potro venha a ser um excelente corredor em qualquer distância, tanto possível próximo ao pai, que venceu dos 1.100m aos 3.000m. Bella Sola foi ganhadora clássica e correu dos 1.500m aos 2000m.

ITAJARA

Agora chegou a vez de Botucatu, em São Paulo. Após o nascimento do primeiro filho de Itajara – a mãe é Bella Sola, de Faenda Mondesir – em Bagé, RS, é grande a expectativa em torno do nascimento do primeiro produto do craque no Haras São José e Expedictus – da família Paula Machado - , criador e proprietário do cavalo. A reprodutora Reselá, por Svengali e Eridan, uma das quatro primeiras éguas cobertas pelo campeão deve dar cria ainda esta semana. José Mauro Spatti, assistente do veterinário Glenn Collard, disse ontem que Reselá está há 14 dias na maternidade.

Fortina, a primeira a ser coberta, abortou. A segunda foi Bella Sola, que deu cria a um potro. Depois, no mesmo dia, foram cobertas Reselá e Always Gay. Lineu de Paula Machado, um dos dono do Haras São José e Expedictus, está entusiamado:
- Estou torcendo para que nasça uma potranca, para depois aproveitá-la na reprodução.

Itajara, que leva vida de rei, está pesando mais de 600 kilos. Na primeira temporada de monta cobriu 23 éguas: Bella Sola, Reselá, Always Gay, Mendoza, Djaina, Tulip, Gold Stern, Redondilha, Eartha, Atlânia, Benedetta, Ebrea, Gardinella, Reginetta, Limoges, Marseillaise, Ruban Bleu, Hello Miss, Liberte, Pale Hands, Extra Nice – as duas últimas morreram de cólicas - , Fortina e Etoile Royale, que abortaram. Das 23, 2 coberturas foram doadas: Bella Sola, do Mondesir, e Benedetta, do Santa Ana do Rio Grande. Seus produtos,mesmo antes do nascimento, já estão valorizados: em torno de 10 milhões de cruzados, cada; e recentemente, uma simples cobertura foi vendida por 1,8 milhão de cruzados. Na segunda temporada de monta, os criadores e proprietários de Itajara não pretendem vender coberturas do craque, que deverá cobrir cerca de 50 éguas do São José e Expedictus. A única égua de fora a ser coberta é Perlussa, do Haras Santa Maria de Araras.

ITAJARA, VISTOSO COMO SEMPRE, PASSEIA NO HARAS


O filho de Itajara E da irlandesa Bella Sola , que nasceu na Fazenda Mondesir em Bagé, poderá ser o caminho para novas e emocionantes vitórias do turfe nacional. É o que esperam os turfistas, principalmente os admiradores do quádruplo coroado Itajara. O potrinho, que nasceu bonito e forte, com 1,05m e 62 kilos, já galopa com a disposição dos campeões. A cabeça é parecida com a do pai; e o sinal, branco, quaes idêntico ao da mãe.

Cercados dos cuidados do Dr.Paulo Bérgamo e equipe, numa matrenidade que os protege do frio, Bella Sola e o filho – cujo nome será conhecido nos próximos dias – são tratados com todo o carinho pelo pessoal do Mondesir. À noite, mãe e filho dormem numa cama de palha, trocada diariamente. De dia, o potrinho vai para o piquete, onde já deu os primeiros galopes. E as pastagens, da melhor qualidade, certamente lhe garantirão a força e saúde necessárias para as futuras competições.

Os responsáveis pelo primeiro filho do craque Itajara, já escolheram o nome do potrinho, restando apenas a aprovação do Stud Book Brasileiro. Antônio Joaquim Peixoto de Castro Palhares, titular de Fazenda Mondesir, dono do potro e da mãe, Bella Sola, informou que dos nomes selecionados, o escolhido foi Jolitajara, uma das sugestões do hipólogo e jornalista Léo Pires Pinto.

A TRANQUILIDADE DO POTRINHO


Diretor-Técnico de Fazenda Mondesir, Léo Pires Pinto lembrava ontem que os nomes de Bella Sola e Douce Chris, craques do Mondesir, também foram sugestões suas:
- Pensei muito e resolvi homenagear a Solange e a Christiana, esposas respectivamente dos meus amigos Antônio Joaquim e Paulo César Peixoto de Castro Palhares. E dei sorte. Bella Sola e Douce Chris foram excelentes corredoras e hoje estão na reprodução. Por falar em Bella Sola, a mãe de Jolitajara será coberta agora pelo campeão Apollon. Confio muito no potrinho recém-nascido, cujo nome também submeti à Solange.

Itajara está em Botucatu, São Paulo. Lá mesmo é esperado o nascimento, ainda nesta semana, o nascimento de seu segundo filho que poderá ser de Reselá ou Always Gay, cobertas no mesmo dia pelo extraordinário corredor. Reselá é filha de Svengali e Eridan; Always Gay é filha de Luccarno e Pale Hands.

RESELÁ, PRENHA DE ITAJARA, DARIA CRIA NAQUELA MESMA SEMANA

terça-feira, 24 de junho de 2008

ITAJARA - DE CAMPEÃO A GARANHÃO

Reportagem Revista Manchete - 1987

São 22 éguas de finíssima linhagem que já estão no harém do rei Itajara, no Haras São José e Expedictus em Botucatu, mil metros acima do nível do mar. Mas, nos olímpos eqüinos, reis que se prezam não ficam só nas esposas de papel passado: criadores do EUA e da Europa querem mandar suas éguas para uma noite cheia de amores com ele. Todas as propostas são analisadas com rigor. Afinal, um campeão invicto e tríplice coroado não pode andar por aí sem mais nem menos, trocando abraços com qualquer uma.
Quando Itajara chegou à porteira do haras, o frio era de um grau centígrado. Enrolado em grossas cobertas de lã, após uma viagem de 12 horas do Rio a São Paulo, ele caminhou lentamente até a cocheira dos garanhões. Apresentado aos colegas, também reprodutores famosos – Derek, Tampero, Baronius, Karabas, Kublai Khan, Canterbury, Tucunaré (seu irmão por parte de pai), Tibetano e Aporema – , balançou a cabeça para cada um, em pose de impecável nobreza. “Ele ainda é um menino. Muito criança. Vai levar uns 20, 25 dias para fazer sexo”, disse o cavalariço Luís Carlos Camargo, que inconformado afirma: “Ainda dava para o Itajara correr. Se ficasse afastado uns seis meses, em tratamento intensivo...Mas resolveram acabar com a carreira dele aos 4 anos. Ainda podia correr mais uns 3.”

No dia seguinte bem cedo, Itajara mostrou que talvez Luís Carlos tivesse razão. Quem sabe, com saudades da Gávea, deu vários galopes, com desenvoltura. “O negócio dele é correr, correr. Sede de vitória”, lamentou Luís.
Hercili, a égua que o fez empinar com tanta paixão, não será a deusa de sua primeira noite. O privilégio talvez seja de Luzon (mãe de Tibetano e Aporé). Depois, Pavane (mãe de Baronius). A terceira, Pale Hands, refinada francesa, mãe de Gare. “Não pode ser assim logo de cara”, explicou Ângelo Spatti, 58 anos, que desde os 10 trabalha os cavalos da família Paula Machado. “Itajara tem que ir se adaptando aos poucos a esta nova vida.”
No Brasil, o acasalamento de cavalos de raça vai de 15 de agosto a 15 de janeiro. A égua leva de 17 a 20 dias para entrar no cio, e cinco dias depois já está pronta para a noite de amores. A gravidez dura 11 meses. No caso das núpcias de Itajara, a égua será amarrada, para que não o machuque com patadas. “Aqui, as éguas só acasalam quando estão no ponto”, revela Ângelo. “Do contrário, podem dar patadas. Se tudo correr bem o primeiro filho de Itajara pode estar correndo já em 1990.”

Atualmente, há 173 éguas reprodutoras no Haras São José e Expedictus. Só foram escolhidas 22 para Itajara porque mais de 40% delas são irmãs dele. O acasalamento entre cavalos de raça irmãos é proibido por um código de honra dos criadores, pois pode degenerar a raça. Um cavalo reprodutor costuma acasalar até os 26 anos, mas houve um fenômeno como Fort Napoleon, que acasalou até os 32, quando morreu. Cada ano do cavalo corresponde a 3 anos de um homem. É só fazer as contas.


ÉGUAS NO PASTO DO HARAS SÃO JOSÉ E EXPEDICTUS

A rotina de Itajara em Botucatu não é muito diferente da que vivia na Gávea. Só que, no Rio, ele acordava às 5 da madrugada e ia para o treino pesado, em Botucatu fica no bem-bom até seis, seis e meia, e depois vai para o pasto. Fica solto até 11 horas, quando toma a primeira das 3 rações diárias, que totalizam 12 litros de aveia, alfafa, milho, e , de quebra, uma maçã cortada, por causa dos dentes (ele é tão menino que ainda está perdendo os dentes). À tarde, outro passeio pelo pasto e, às seis, cama. A diferença principal em relação ao Rio será o encontro diário com uma das caríssimas metades ou aventureiras forâneas. Não tão metades mas igualmente apreciadas. “Com Itajara, todo cuidado é pouco”, repete Ângelo. “Todos os dias receberá massagens com essência de morangos.” Essas coisas de reis.

Até a cama de Itajara em seu novo palácio recebe cuidados especiais, como dedetização dia sim, dia não, para arrebentar com as pulgas e outros bichos que se dão ao ultraje de chupar sangue real. As ligas nas mãos (que reis não têm patas) são indispensáveis. Apesar de não sentir mais dores, após cada galope a mão direita incha um pouco. Se no Se no Rio Itajara tinha um cavalariço, Luís Carlos, em Botucatu tem dois, Joaquim Rodrigues de José Aparecido, revezando-se as 24 horas do dia em permanente vigília, observando até seu sono. Qualquer coisinha anormal – insônia, falta de apetite por exemplo – tem de ser imediatamente comunicada a uma equipe de veterinários sempre de prontidão.

Ninguém melhor que Ângelo Spatti para saber dos cuidados de que Itajara precisa. Afinal, noite de 31 de outubro de 1983, foi ele que acompanhou o parto da brasileira Apple Honey, na época esposa do francês Felício, de saudosa memória, que bem esteja. “ Com poucas horas de vida, percebi que Itajara seria um craque”, conta Ângelo. “Cavalo campeão a gente conhece pelo olhar. Quase sempre o cavalo de olhos vivos, que presta atenção em tudo, acaba campeão.” Ângelo já fez mais de 2 mil partos no Haras São José e Expedictus, entre eles os de Orfeus (vencedor de GP Brasil), Obethon, Tibetano, African Boy (tríplice coroado como Itajara), Aporé (GP Brasil), Baronius e Derek (vencedor do Latino-Americano).


ÂNGELO SPATTI


Nos 5 primeiros dias de estada do rei-garanhão em Botucatu, Lineu de Paula machado, um dos proprietários, telefonava 3 vezes por dia para Ângelo. Queria saber como ia sua jóia. Os mínimos detalhes do dia-a-dia de Itajara em seus novos domínios. Porque, além do interesse dos criadores americanos e europeus em enviar suas éguas para acasalar com Itajara, a família Paula Machado pensa oferece-lo em casamento também a éguas de alta linhagem pertencentes a outros haras, como o Santa Maria de Araras, Mondesir, todos do Rio Grande do Sul, tudo para valorizar a criação nacional. Afinal, um filho de Itajara é um senhor filho de Itajara. E tome nota: a irmã dele, Love Lorn, 2 anos, vem para o Rio no fim do ano e entra na raia. E todo mundo já diz: é fera também.


APPLE HONEY, MÃE DE ITAJARA, JUNTO A LOVE LORN, IRMÃ DO CRAQUE



LOVE LORN NA PISCINA

segunda-feira, 23 de junho de 2008

CURIOSIDADES - PULE ANTIGA

Quando eu comecei a frequentar o JCB em 1985, as pules eram assim!

domingo, 22 de junho de 2008

ENQUETE ENCERRADA!

81% dos votos acharam que o Dono da Raia, ganhador do GP Brasil 2006, não foi um craque, apenas o melhor de sua época. Concordo plenamente com o resultado.

sábado, 14 de junho de 2008

VITÓRIA DE CURLIN- O MELHOR CAVALO DO MUNDO NA ATUALIDADE - STEPHEN FOSTER HANDICAP 2008

O brasileiro Einstein chegou em segundo.

quarta-feira, 11 de junho de 2008

ENQUETE ENCERRADA!

Como eu já previa, 61% dos 83 votos acharam que a confirmação da vitória de Skypilot sobre o Fluke no GP Juliano Martins foi injusta devido aos prejuízos que ocorreram.

LUTO


Em virtude da morte do Editor-Chefe do Site "RAIA LEVE", amigo e acima de tudo turfista, Zig, prestamos esta singela homenagem. Descanse em paz amigo.

terça-feira, 10 de junho de 2008

ITAJARA - O CAVALO DO ANO - 1987


Texto referente a eleição do Cavalo do ano de 1986/87, divulgado no dia da úlitma corrida do craque.







Lineu de Paula Machado e os jóqueis contratados do Haras São José e Expedictus na época J.Pessanha e J.F.Reis.